Quando foi assinado em 2007, o protocolo agroambiental ‘etanol verde’ colocava um novo desafio para o setor sucroalcooleiro paulista: deixar de queimar cana até 2014 em áreas mecanizáveis.
Naquele momento, toda a realidade de plantio, tratos culturais e colheita teriam de ser alterados para que a colheita mecanizada fosse viável em um horizonte de 7 anos. Durante esse período foi visto de tudo; desde a sistematização de talhões até mesmo a introdução de novas variedades. Mas cada uma das usinas preparou-se da maneira que podia e convinha.
Por conta disso, a palha que é o resíduo da colheita, passou a ter vários papéis importantes, sendo os principais:
- Proteger o solo contra erosão;
- Garantir maior disponibilidade hídrica;
- Geração de energia em caldeiras.
As usinas estão contando com o resíduo para manter sua produção estável e ainda ganhar dinheiro produzindo energia.
Infelizmente nem tudo funciona a “mil maravilhas”. Nesse período de crise uma grande saída estava sendo a retirada parcial da palha das áreas (algo que ainda é um pouco nebuloso sob o ponto de vista da sustentabilidade) e a queima na usina para geração de energia elétrica, porém incêndios criminosos têm queimado centenas de milhares de reais dos grupos canavieiros. A palha queimada em campo vira cinzas e CO2 para a atmosfera sem gerar energia alguma.
Além disso, locais com alta declividade e solos frágeis ficam altamente susceptíveis aos problemas que as colhedoras podem trazer sem que haja uma barreira física.
Por conta disso, a queima que era tão bem vinda há anos atrás, nos dias atuais traz muito mais malefícios do que benefícios para as usinas.